Número 1 - Ano I - Edição fechada em 29 de Julho de 2002 Florianópolis-SC
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A venda de jornais no Brasil caiu pela primeira vez em cinco anos. Esse é resultado de uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e o Instituto Verificador de Circulação (IVC), mostrando que a circulação diária de jornais teve um recuo de 2,7%, e passou de R$ 7,883 milhões em 2000, para R$ 7,670 milhões em 2001. Conforme a revista Meio & Mensagem, o meio jornal é a única mídia que vem perdendo participação no volume de investimentos publicitários ano a ano. Entre 1995 e 2001, a queda foi de 28,4% para 21,3% - caindo de US$ 1,408 bilhão para US$ 1,154 bilhão. Entretanto, o veículo teve a maior captação de investimentos diretos, cerca de 32,8%, contra 27,2% da TV, por causa da alta na procura de classificados. Comparado com o mesmo período do ano anterior, o primeiro trimestre de 2002 foi, no geral, favorável à maioria dos jornais.

Uma pesquisa da Meio & Mensagem explica os vários fatores que contribuíram para diminuir as vendas do jornalismo impresso. Em primeiro lugar, a desvalorização do real frente ao dólar, praticamente dobrando o valor das dívidas em moeda estrangeira das empresas de mídia. A disparada das cotações de papel e celulose no mercado internacional também ajudaram a elevar o preço de capa do produto. Procurando enxugar ao máximo os custos, os jornais fizeram demissões em massa. As redações, mais enxutas, tiveram que aumentar sua produtividade, o que prejudicou diretamente a qualidade do editorial, que se tornou mais superficial, na opinião de alguns estudiosos da área de comunicação. “O atual conteúdo dos jornais - com ênfase no entretenimento, no sensacionalismo e na superficialidade - afasta o público”, diz Marinilda Carvalho, analista do Observatório da Imprensa.

Para o mercado, o movimento não ilustra apenas a retração econômica, mas um alerta para os jornais melhorarem seu conteúdo editorial. “A queda na circulação passa pela qualidade, e se o leitor acha que a informação não é interessante, não paga por ela”, diz Fernando Portella, diretor comercial de O Dia. Uma solução apresentada pela editora-assistente do site Observatório da Imprensa, Marinilda Carvalho, é a personalização dos jornais. “A primeira medida talvez fosse fugir da pasteurização: as matérias não têm cara própria”, diz.

Outra iniciativa, adotada pelo Estado de São Paulo, é a realização de congressos e seminários relacionados com cadernos dos jornais. Em 2001, por exemplo, o Estadão promoveu um evento na área de exportação com patrocínio da Embraer. Diretor de Publicidade do Jornal da Tarde e do Estadão, Ênio Vergueiro afirma que, em 2001, as receitas captadas via projetos especiais - 72 no total - já representavam de 5% a 10% do faturamento da empresa.

Mas a venda de anúncios continua a ser o ganha-pão da imprensa escrita. Para potencializar os lucros, 12 jornais, como Estadão, Correio Braziliense, Estado de Minas, Zero Hora e Diário Catarinense, se reuniram no ano passado para lançar o Anúncio Brasil, projeto cuja idéia é tornar o meio jornal mais atrativo para grandes empresas. “Com o Anúncio Brasil, é possível lançar uma campanha de cobertura nacional com identidade regional, pois o seu anúncio é publicado no principal jornal de cada região, gerando credibilidade, identidade e vínculo entre a sua marca e os leitores”, diz a organização do projeto. O plano, que consumiu investimento total de R$ 4 milhões, foi inspirado por uma iniciativa da imprensa americana, que reuniu 128 jornais para anúncios dominicais a um preço sete vezes mais barato.


Contramão do Mundo - A queda nas vendas dos jornais brasileiros vai contra a tendência mundial de bons resultados. Segundo um estudo da Associação Mundial de Jornais (World Association of Newspapers – WAN) a venda dessa mídia aumentou 0,46% em relação a 2000 e 4,8% nos últimos cinco anos. Se a circulação melhorou, a publicidade deixou a desejar. Os rendimentos com anúncios caíram 7% em 2001. Segundo Timothy Balding, diretor-geral da WAN, a crise econômica enfrentada pelos jornais atingiu muitos outros setores da indústria. No entanto, faz prognósticos otimistas: “O quadro global das vendas de jornais continua mostrando sinais positivos”.

Wendel Martins

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