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JORNALISMO
- UFSC
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Há
muito tempo os chamados indies não estavam tão
bem representados nas bancas. A revista Frente já
está em sua terceira edição, prometendo
valorizar o mercado independente e revelar os novos astros da
música jovem no país. Os responsáveis pela
empreitada são os jornalistas Ricardo Alexandre, Marcelo
Ferla e Emerson Gasperin, editor-chefe da extinta Showbizz
e ex-aluno do Curso de Jornalismo da UFSC. A publicação
é uma parceria entre sua editora, REM, com a Ágata,
também de São Paulo.
A idéia de criar a revista surgiu no segundo semestre
do ano passado, quando os três jornalistas perderam seus
empregos. A Showbizz tinha acabado, Marcelo Ferla não
era mais editor de cultura da revista Única
e Ricardo Alexandre deixara a editoria de conteúdo do
site Usina do Som. Emerson Gasperin acredita que seria
muito difícil achar um emprego condizente com o que eles
faziam até o momento. “É mais fácil
achar emprego de repórter do que de editor-chefe”.
Eles criaram a editora REM (iniciais de seus prenomes) e o primeiro
trabalho que realizaram juntos foi o site do Free Jazz Festival.
Para produzir a Frente, os jornalistas fecharam um
acordo com a Editora Ágata – proprietária
da revista DJ World. A REM é contratada para
fazer a revista DJ World e as duas editoras assumem
o projeto da Frente. O acordo feito inicialmente para
três edições pode ser prorrogado. Como até
agora a revista não deu lucro, embora sem causar prejuízo,
talvez os jornalistas desistam do projeto. “Se eu fizer
três edições e a revista acabar, fiz o que
era afim de fazer. Se as pessoas não quiseram, problema
delas” diz Emerson.
Enquanto a revista circula, os três sócios trabalham
em casa. Emerson Gasperin e Marcelo Ferla têm computadores
Macintosh e fazem o trabalho de edição. Os textos
e páginas são enviados para a diretora de arte
pela Internet – por conexão discada. “Nunca
pensei que ia trabalhar em condições piores que
as da Showbizz”. Mesmo com essa estrutura de
fanzine, os editores tentam preservar um esquema profissional.
Ninguém edita o próprio texto, todos os colaboradores
são pagos. “A gente não tá brincando
de ser publisher”. Emerson diz que se acostumou
a não separar as funções de jornalista
das de empresário. “Vender a revista é tão
excitante quanto ter o furo”. Mesmo assim, alerta que
toda vez que se encontra com os outros editores para discutir
problemas da empresa, o encontro acaba virando uma reunião
de pauta. “A gente se controla, porque não pode
ser assim. Não é só uma revista, é
o nosso negócio”.
A maior dificuldade dos leitores da Frente tem sido
encontrar a revista na banca. Emerson reclama da distribuição
feita pela Fernando Chinaglia Distribuidora, mas lembra, que
com uma tiragem de 30 mil exemplares, a editora não têm
força pra pressioná-los. Ele diz que os problemas
de distribuição também ocorriam quando
editava a Showbizz, mas não se conforma. “Nas
bancas da minha rua não tem a revista que eu faço”.
Aspirador de pó na capa - Outro
problema enfrentado pelos jornalistas foi o CD com novas bandas
que acompanhou as duas primeiras edições da revista.
Apesar de ser o grande diferencial da publicação,
aumentava o preço (R$ 10,90) e criava dificuldades de
circulação no Rio Grande do Sul, onde o Governo
do Estado sobretaxa as revistas que trazem brindes. Quando a
revista foi planejada, eles imaginavam que o mercado gaúcho
seria o segundo mais importante em vendas. “Inclusive
cogitou-se que ela só circulasse em São Paulo
e no Rio Grande do Sul”. A terceira edição
não traz CD e vai custa muito menos: R$ 5,90. Eles acreditam
que essa decisão pode dar novo impulso ao projeto.
Tentando acertar o público-alvo, a Frente vai
sofrendo modificações a cada edição.
Emerson admite que a revista foi planejada para um público
indie, talvez até com uma visão estereotipada
desse leitor. Mas foram surpreendidos pelas respostas ao questionário
encartado na primeira edição. “Quem compra
a revista é muito parecido com a gente”. No primeiro
número a capa era mais conceitual e mostrava quem está
trabalhando para reconstruir o pop nacional. No segundo,
Supla – um artista mais popular. Para a terceira edição,
o destaque da capa é um artista estrangeiro, a banda
americana Weezer. “O meu sonho era que as pessoas comprassem
a revista porque gostam dos textos, das bandas, mesmo que eu
colocasse um aspirador de pó na capa”.
Do CD encartado na primeira revista, as bandas mais destacadas
pelos leitores que responderam ao questionário foram
Casino, Thee Butcher’s Orchestra e Wander Wildner. A escolha
das bandas foi feita com um critério bem claro: “são
as bandas que a gente gostaria de ouvir no rádio, por
isso privilegiamos a música pop”. Emerson
diz que o segundo cd foi mais heterogêneo e representa
um painel das bandas que estão surgindo no país.
“É um CD Frankenstein”.
Entre as maiores recompensas que os jornalistas tem tido com
a Frente está o espaço dado a bandas
talentosas que não tem onde se revelar. Emerson destaca
que as bandas Stereo Maracanã e Wado conseguiram gravar
seus primeiros CDs depois de integrarem a coletânea encartada
na primeira edição. Eles também estão
satisfeitos com a resposta dos leitores. “Um cara do interior
da Bahia mandou e-mail dizendo que não imaginava
que existissem bandas tão interessantes no país”.
Mas o fato mais destacado é a liberdade para fazer a
revista. Emerson diz que tem aproveitado a experiência
como editor-chefe da Showbizz para fazer a Frente,
mas que os outros sócios estão muito empolgados
com o projeto. “Ter responsabilidade não é
inédito pra mim”. Para ele, a grande diferença
entre ser dono e empregado da publicação é
ter que zelar pela qualidade editorial e pelo desempenho comercial.
“O dono é sempre muito mais careta que
o empregado.” |
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