Número 3 - Ano I - Edição fechada em 13 de Dezembro de 2002 Florianópolis-SC
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Jornalismo e pós-graduação despertaram a ficcionista5, 4, 3, 2 , 1... Volto ao Zero treze anos depois de ter concluído o Curso de Jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina, desta vez para dar uma notícia sobre mim mesma. Algo curioso: após mais de uma década expondo a verdade dos fatos, passei a inventar mentiras, em nome da literatura. Agora sou escritora de ficção e meu primeiro trabalho foi lançado dia 12 de dezembro, no Café Matisse, em Florianópolis.

Com o título
Quinze Ilhas em um ano, o livro consiste no diário de uma ex-universitária cuja vida mistura sex, drugs and rock’n’roll com amor, religião e ritmos latinos. “A personagem Maria se mostrou uma perfeita representante tupiniquim quando mostrou, com seu requebrado que ameniza as distâncias entre a salsa e o samba, a alegria desta gente que vive nos trópicos”, como diz Rubens Chaves Vargas – mais conhecido como Rubinho – na orelha da obra. A capa foi ilustrada por outro ex-aluno do curso, o chargista Zé Dassilva. Por fim, a revisão ficou por conta de Fábio Brügemann, dono da Editora Letras Contemporâneas, que também freqüentou a UFSC.

Para o lançamento, vim da Holanda, onde moro há apenas oito meses. Este período de estudos intensivos me permitiu assimilar o vocabulário básico do idioma local e redigir a primeira matéria naquela língua enrolada, sob supervisão de um professor. Graças a ele, emplaquei na revista Duikteam Hydra, especializada em mergulho.

Este esporte já tinha sido objeto de outras reportagens que fiz na Espanha. Por exemplo, entrevistei o primeiro atleta a bater um recorde mundial ao submergir a 150 metros de profundidade, no peito. Umberto Pellizzari anunciou novas metas e seus depoimentos foram destaque na revista Inmersión, uma publicação que me manteve como correspondente a partir daquele furo. Também escrevi artigos em castelhano para o jornal La Voz e, em inglês, para o Island Connections. Ambos eram impressos em Tenerife, na costa da África.

Lá, morei três anos para fazer doutorado em Jornalismo Científico, bancada pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional. Antes de conseguir a bolsa, tive negados meus pedidos de ajuda a Capes, ao CNPq, à Fundação Fullbright e ao Rotary Club. Conto isso para salientar o quanto foi difícil obter financiamento. O mesmo desafio enfrentei anteriormente, tentando descolar dinheiro para realizar mestrado na mesma área das Ciências Humanas. No caso, quem pagou minha matrícula na Universidade do Arizona foi a Organização dos Estados Americanos.

Retribuí cada centavo investido pela entidade na minha educação trabalhando em quatro jornais comunitários de San Diego, desde o popular bairro de Ocean Beach até a aristocrática La Jolla. Durante os quase dois anos nos quais me dividi entre tantos semanários, publiquei 261 reportagens e centenas de fotos.

Antes, no Brasil, dirigi a Agência de Comunicação. Doze horas por dia, às vezes. Editava o Jornal Universitário, era a relações-públicas da UFSC, chefiava dezenas de funcionários... Isso tudo com apenas 25 aninhos. Naquela idade, conquistei um dos melhores cargos para um profissional de mídia numa instituição acadêmica. Talvez por causa da experiência adquirida antes fazendo assessoria de imprensa no Centro Tecnológico e divulgando as inovações produzidas nos seus laboratórios.

Aquele foi meu primeiro emprego na Universidade, mas não o último. Depois dele e da coordenação da Agecom, fiz cinco vídeos junto com a equipe do Projeto Larus, fora incontáveis textos a pedido da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Alguns deles me renderam matérias assinadas na Folha de São Paulo e na revista Superinteressante.

Para chegar lá, comecei minha carreira no jornal O Estado em 1986, quando ele era o diário de maior circulação em Santa Catarina. Seus editores me contrataram dois meses após eu ter passado no Vestibular, por terem lido que passei em terceiro lugar no cômputo geral. Assim, pude pôr em prática as teorias de Comunicação Social aprendidas na UFSC, desde o início do curso. Lembro bem de todos os professores, funcionários e amigos do jornalismo. Realmente, a primeira turma a gente nunca esquece
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Heloísa Dalanhol

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