Número 1 - Ano I - Edição fechada em 29 de Julho de 2002 Florianópolis-SC
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Uma das causas do aumento da produção cinematográfica é o uso de tecnologia digital, que reduz bastante os custos. Por exemplo, o longa Procuradas, de Zeca Pires e José Frazão, que utilizou a técnica. “Assim fizemos uma direção de atores mais sofisticada, dedicando mais tempo em cada cena, pois não temos uma limitação técnica. Enquanto o rolo de 35 mm é caríssimo, a fita digital pode ser encontrada em qualquer loja”, esclarece Zeca Pires. “Temos que dizer não ao saudosismo, pois conseguimos conciliar a facilidade de edição, qualidade de imagem e preço em conta”, complementa Paredes.

O primeiro longa-metragem rodado em mini-DV e ampliado para 35 mm, foi o thriller Mater dei, dos irmãos Vinicius e Diogo Mainardi. Curiosamente, apesar do filme contar a história de dois cineastas que buscam financiamento para uma produção. Foi realizado sem o uso de leis de incentivo, algo inédito desde a retomada do cinema nacional. “Usamos a tecnologia digital para ver se é possível ter lucro com cinema no Brasil sem a ajuda do Estado”, diz Diogo. O elenco do filme conta com estrelas globais como Carolina Ferraz e Gabriel Braga Nunes.

E para a felicidade dos amantes de cinema os grandes estúdios já perceberam essa tendência e estão investindo cada vez mais em digital. Em abril as gigantes Disney, 20th Century Fox, Metro-Goldwyn-Meyer, Paramount, Sony, Universal e Warner Bros. se reuniram para criar uma entidade que vai definir os padrões da tecnologia. Os grandes estúdios de Hollywood constataram que a tecnologia digital traz muitos lucros. De acordo com pesquisa do Adams Media Research, o mercado de DVDs é baseado em venda e não em locação, como o de videocassete. No Brasil a venda de aparelhos está quase igualada a de VHS, e é possível encontrar discos em locadoras, lojas e bancas de jornal. A holandesa Philips anunciou que irá parar de produzir videocassetes.

“Acreditamos que o cinema digital não é um produto, mas um processo”, comenta Robert Mayson, diretor geral de operações de cinema da Kodak. A empresa que popularizou a fotografia, está desenvolvendo um sistema que converte as imagens filmadas para arquivos digitais de alta qualidade, cuja cor pode ser ajustada pelo diretor de fotografia. A Kodak também está desenvolvendo e testando programas antipirataria. Outra empresa que investe pesado no digital é a Qualcomm, líder no setor de celulares e comunicação sem fio. Uma das suas subsidiárias, a Technicolor, há 80 anos sinônimo de inovação em entretenimento, desenvolveu uma solução que estreou com o filme Star Wars: episódio II – O ataque dos clones. O novo sistema permite a visualização em três dimensões com qualidade superior a da película.

O amadurecimento do cinema digital acaba aposentando o tradicional rolo de filme. O grande benefício dessa tecnologia é que o sistema de exibição digital em alta definição dispensa o uso de cópias em película 35 mm. As imagens digitalizadas ficam armazenadas num servidor e são projetadas na tela. Os filmes chegam à sala em DVDs, mas há suporte para outras mídias como transmissão por satélite ou pela Internet. Assim fica possível exibir eventos ao vivo, como um show de rock ou um jogo da Copa do Mundo – já exibidos em salas digitais em São Paulo e Rio de Janeiro.

Um pouco dessa tecnologia já pode ser apreciada no Brasil. A TeleImage, que inaugurou em 2001 salas de cinema digital Rio em SP, pretende instalar pelo menos 100 salas semelhantes até 2007. Patrick Siaretta, presidente da TeleImage, afirma que a tecnologia foi desenvolvida no país e é comparável com o que existe no exterior. Ele acrescenta que espera ver o dia em que um filme brasileiro possa ser captado, finalizado, distribuído e exibido em formato digital. “A economia seria enorme. É a tecnologia dando o empurrão que faltava para o cinema brasileiro voltar a dar certo”, prevê.

Wendel Martins

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