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Zero
comemora 20 anos!
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Em
ocasiões como esta somos tentados à grandiloquência.
Não é o que se dará. Num distante
dia de setembro de 1982, transcorridos apenas três
anos da criação do Curso de Jornalismo,
nascia, do empenho de alguns professores e de seus alunos,
nosso tão prezado Zero, durante
muito tempo, nosso primeiro e único laboratório
de uma área que não é vista como
ciência apesar do seu inarredável compromisso
com a melhoria da sociedade, a dignidade do homem e
a defesa das liberdades. Todas as liberdades. Nascia
nosso liberto jornal. Fiel aos primeiros impressores
do mundo, os chineses, e ao europeu Gutenberg que entregou
ao Ocidente os tipos móveis, nasceu em seu primeiro
número em versão tipográfica, impresso
na solidez do metal e da força das prensas de
contato direto com a matriz.
Os registros do autor e das razões que motivaram
tão curiosa e, original, denominação
se perderam no tempo. Mas restou a nítida intenção
de que, para nossos alunos, o jornal representava o
primeiro passo de uma longa jornada em direção
ao amadurecimento e permanente evolução
profissional. Algo como o quilômetro zero, sempre
central na vida de qualquer cidade e, aqui, na de nossos
estudantes. Embora desde o início este curso
tenha mantido sua opção exclusiva pelo
Jornalismo, com o tempo, as transformações
do mercado profissional e os avanços tecnológicos,
naturalmente, acrescentaram outros laboratórios.
E muitos alunos, seduzidos por outras linguagens e discursos
mergulharam em suas escolhas individuais, já
não tão envolvidos com a mídia
impressa – ainda hoje, a fonte mais procurada
para explicar os fatos e aprofundar o conhecimento da
realidade. Assim fluiu o Zero, absorvendo o ritmo das
mudanças e, como todos que o fazem, evoluindo.
Feito sempre com o indispensável distanciamento
crítico mas também com muita paixão.
O Zero é absolutamente independente,
requisito da verdadeira liberdade de expressão.
Seus princípios e compromissos se voltam exclusivamente
para seus leitores e seu mantenedor, o contribuinte.
Vale dizer, o cidadão brasileiro tão desrespeitado
por todos os poderes da República. Como o jornal
é mantido por verba específica, destinada
pelo Ministério da Educação, nosso
publisher é o povo, sem demagogia ou disfarçada
hipocrisia. Assim, o jornal não deve atrelamento
sequer ao próprio Departamento de Jornalismo.
Muito menos ao reitor, ao prefeito, ao governador ou
até mesmo ao presidente. Seu compromisso é
com a defesa do cidadão, do espaço público,
da democracia, das liberdades civis, do Estado de direito
e da Justiça. Forçosamente, portanto,
exerce uma aguçada investigação
da atividade dos extratos que compõem a sociedade,
como da própria imprensa. Em nossa equipe, mais
que profissionais preparados, exigimos profissionais
críticos e conscientes da missão fiscalizadora
da imprensa. Inclusive sobre si mesma.
O jornal publica apenas o que decide seu Conselho Editorial,
formado exclusivamente pelos professores e alunos que
o fazem. É dessa forma, que cada turma, naturalmente,
impõe sua personalidade ao jornal em cada semestre.
E executam as experiências decididas neste restrito
grupo, sem influências externas. Essa liberdade
permite que, com frequência, se criem experiências
que incluem até alterações no formato
do jornal (normalmente tablóide) ou experimentem
edições monotemáticas de até
32 páginas. (O jornal já arriscou uma
avaliação da década de 80, uma
edição toda voltada sobre a mídia
impressa, em outra, fez uma análise política
da América do Sul e realizou duas edições
especiais sobre quadrinhos.)
Em sua postura editorial crítica, que não
inclui somente o denuncismo, busca oferecer outra leitura
da realidade do campus, da cidade, do estado, do Brasil
e até do mundo, diferenciada da oferecida pelos
diários estaduais e nacionais. E valoriza, sempre
que pode, a informação cultural, seja
informativa ou crítica. Afinal, o jornal deve
informar mas também formar. E nisso implica seu
compromisso com as causas mais nobres da cidadania e
em defesa do espaço público.
Por tudo isto, é muito oportuno que esta edição
que comemora os 20 anos de existência do Zero
coincida com uma edição especial, que
revisita e registra alguns dos principais fenômenos
desencadeados pela recente eleição e,
sobretudo, pela vibrante disputa presidencial. Apesar
dos costumeiros revezes, tivemos um ano extraordinário
ao conquistar um inédito pentacampeonato mundial
de futebol (sem esquecer outras inesquecíveis
vitórias em outros campos e esportes) e eleger
um líder metalúrgico para a presidência
da República. Amadurece e cresce nossa auto-estima
tanto quanto se consolida nossa jovem democracia. Foram
duas grandes lições ao mundo de uma Nação
que toma fôlego e adota outro destino histórico.
Com mais fé e, de novo, esperança. Ingressamos
no século 21. Enfim! |
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envie um email para zero@cce.ufsc.br. |
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