As editoras que publicam o Jornal
do Brasil e O Dia anunciaram no dia 4 de
dezembro a formação do Consórcio
de Mídia Impressa, que vai administrar os dois
jornais e a edição brasileira da revista
Forbes pelos próximos oito anos. Não
se trata de uma incorporação ou fusão
entre as empresas, já que não serão
feitas trocas de ações. O consórcio
vai fazer a gestão unificada das publicações,
mas promete manter a independência editorial dos
veículos.
O objetivo do acordo é diminuir custos e tornar
os veículos mais atraentes para o mercado publicitário.
A redução de despesas inicial é de
15% para as duas empresas e a expectativa para o próximo
ano é que a sinergia entre as editoras JB e O Dia
gere um aumento de receita entre 20 e 25%. As publicações
geridas pelo consórcio atingem 2,8 milhões
de pessoas de diferentes classes sociais, que representam
45% da população leitora de jornais do estado
do Rio de Janeiro.
O Consórcio de Mídia Impressa, encabeçado
pela Editora O Dia, prevê a gestão em comum
das áreas financeira, comercial, de informática
e Recursos Humanos dos jornais. Os custos serão
divididos de acordo com o faturamento dos veículos.
A receita de R$ 200 milhões de O Dia é duas
vezes maior que a da revista Forbes e do Jornal
do Brasil juntos. Por isso, vai arcar com dois terços
das despesas. O faturamento das editoras será separado.
Por sinergia e redução de custos, entenda-se
demissões: nos próximos quatro meses serão
demitidos entre 15% e 20% do total de funcionários
das duas empresas. Mas Fernando Portela, vice-presidente
da Editora O Dia e presidente do Consórcio de Mídia
Impressa garante que os funcionários que conseguirem
manter o emprego vão receber participação
nos lucros obtidos pelo acordo e, portanto, maior remuneração.
A parceria tem duração de oito anos e pode
ser desfeita antes por qualquer uma das empresas. Com
o corte de gastos e o aumento de receita, as editoras
esperam valorizar seus ativos e, ao final do consórcio,
abrir o capital das empresas em busca de investidores.
O acordo é a formalização de uma
parceria surgida no primeiro semestre, quando a gráfica
de O Dia passou a imprimir exemplares do Jornal
do Brasil. O primeiro resultado prático do
acordo estava impresso nas edições dos dois
jornais no dia seguinte ao anúncio. As matérias
de JB e O Dia sobre a formação
do consórcio tinham exatamente o mesmo texto.