Número 2 - Ano I - Edição fechada em 21 de Novembro de 2002 Florianópolis-SC
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Três documentários e um longa-metragem ficcional sobre a trajetória do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, estão em fase de produção. Lula será protagonista em Diário de campanha, de João Moreira Sales, que estréia em 2003, além de Intervalo clandestino, de Eryk Rocha, e Lula, o metalúrgico, nome provisório do filme de Eduardo Coutinho. O longa-metragem ficcional sobre a vida de Lula, ainda em fase de roteirização, será produzido em 2004.

Os filmes de João Moreira Sales e Eduardo Coutinho são o resultado de um projeto dos dois cineastas, desenvolvido para a produtora Videofilmes. A proposta inicial era realizar um único longa-metragem. Mas a decisão de produzirem dois filmes, segundo Coutinho, foi tomada depois da fase de pesquisa, quando os diretores se dividiram para levantar informações e personagens de diferentes fases da vida de Lula. Cada documentário terá uma média de 90 minutos de duração.

Em Intervalo clandestino, Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha, vai explorar a trajetória de Lula desde o começo da campanha eleitoral de 2002 até sua posse como presidente da República. O cineasta, que já tem imagens captadas nos dois turnos das eleições, além de depoimentos de eleitores, está se preparando para gravar a posse de Lula. A previsão de Rocha é que o filme esteja pronto em quatro meses.

O roteiro do longa-metragem ficcional é produzido pela jornalista Denise Paraná, autora do livro que inspira o filme, O filho do Brasil. A biografia de Lula é a tese de doutorado defendida pela jornalista na Universidade de São Paulo, que foi transformada no livro editado pela Xamã em 1996. A equipe de filmagem ainda não está confirmada. O jornal O Estado de São Paulo informou que o principal nome envolvido no projeto está no exterior contatando possíveis parceiros para a co-produção do longa.

Denise Paraná formou-se em jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina em 1986. Depois da pós-graduação na USP, que rendeu o livro sobre a vida de Lula, estudou na Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, onde fez seu pós-doutorado sobre a mentalidade operária no Brasil. A primeira edição de O filho do Brasil já vendeu dois mil exemplares. A Editora Xamã perdeu na justiça os direitos sobre o livro e a obra será reeditada pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT. A segunda edição será lançada uma semana antes da posse de Lula e terá mais de 500 páginas. A edição feita pela Editora Xamã, que possui 476 páginas, ainda está no mercado e custa R$ 36,00.

Flávia Lima

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