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Florianópolis
parece ter sido finalmente alçada à posição
de grande centro urbano. Seguindo o exemplo de Curitiba,
Fortaleza, Belo Horizonte e outras cidades catarinenses
como Blumenau e Joinville, a capital terá, a partir
de março de 2003, um Sistema Integrado de Transporte.
Nome pomposo, que prevê a doação de
catracas eletrônicas, terminais interligados, frota
nova – mas as semelhanças com os outros sistemas
param por aí. Sem nunca ter tido um plano diretor
de transportes, Florianópolis vai integrar apenas
as linhas de ônibus, e ainda assim, de maneira parcial.
Um exemplo disso, é o fato de que a capital, ao
contrário de 90% das cidades brasileiras que utilizam
o sistema, não terá uma tarifa única.
O transporte integrado, que estava previsto para ser implantado
ainda em 2002, tem o objetivo de racionalizar o uso dos
ônibus, desafogando o centro da cidade e oferecendo
ao usuário mais opções de viagens,
sem que tenha de passar pelo centro da cidade, além
da possibilidade de trocar de veículo em uma mesma
região pagando uma única passagem. A idéia
é fazer com que os florianopolitanos deixem seus
carros em casa e tornem-se usuários do transporte
coletivo, tarefa complicada em uma cidade onde existem
dois habitantes para cada automóvel. “É
impossível resolver o problema do trânsito
em Florianópolis somente com obras de engenharia,
há necessidade de se mudar hábitos provincianos,
como a cultura do automóvel”, justifica Francisco
de Assis Filho, secretário municipal de Transportes
e Obras.
Faltando poucos meses para ser implantado, o novo sistema
ainda é cercado de mistérios, mesmo na prefeitura.
Enquanto os técnicos do Núcleo de Transporte
definem o tipo da tarifa, é impossível garantir
que ela será mais barata. Boa parte da população,
superficialmente informada pela mídia, não
sabe como o sistema vai funcionar - e nem que servirá
para incrementar o negócio das empresas de ônibus.
Como será o sistema
- Atualmente, todas as linhas convergem para o centro
da cidade e se concentram em corredores como o da avenida
Mauro Ramos, por onde passam, em média, 1,7 ônibus
por minuto. Com o novo sistema, haverá uma descentralização,
pois os ônibus sairão de sete terminais espalhados
pela ilha e de dois no continente. Esses terminais estão
localizados, além do centro, nos bairros: Trindade,
Santo Antônio de Lisboa, Lagoa da Conceição,
Rio Tavares, Saco dos Limões, Canasvieiras, Capoeiras
e Jardim Atlântico (estes dois últimos no
continente).
Os terminais vão conectar o centro com os bairros
e com outros terminais. Por exemplo, o de Canasvieiras
vai receber passageiros vindos de outros lugares do norte
da ilha, para que possam ir até o outro terminal,
como o central ou da Trindade, ligados a outros terminais.
O sistema tem o objetivo de facilitar a vida de quem precisa
tomar duas linhas ônibus diariamente – cerca
de 21% dos passageiros de Florianópolis.
O projeto prevê a existência de 131 linhas,
divididas em quatro tipos: principais, complementares,
alimentadoras e periféricas. As linhas principais
farão o trajeto de qualquer terminal até
o centro da cidade, em viagens que podem ser expressas
(sem paradas), semi-expressas (com passagem por outro
terminal), ou paradoras (parando sempre que for necessário).
As linhas complementares deverão ligar um terminal
a outro e serão do tipo circular ou paradora. No
caso de Capoeiras e Jardim Atlântico, a ligação
entre os dois terminais poderá ser feita pelo continente
ou pelo bairro Abraão; o trajeto do Centro até
a Trindade, através do Pantanal ou da Carvoeira;
o terminal de Canasvieiras, por exemplo, terá ligação
direta com o de Santo Antônio de Lisbôa.
Já as linhas alimentadoras vão recolher
os passageiros dos bairros e concentrá-los no terminal
de cada região; do mesmo modo, são estas
linhas que vão distribuir pelos bairros os passageiros
que chegam aos terminais. Por exemplo: para você
ir até Ingleses, deverá tomar uma linha
expressa de qualquer terminal até Canasvieiras,
para então pegar uma linha alimentadora para Ingleses.
No sistema atual, o ônibus que vai para os Ingleses
sai do terminal central e faz paradas ao longo do percurso.
As linhas periféricas farão os trajetos
usuais como o das escolas, além do Madrugadão,
Volta ao Morro, UFSC – Centro, e linhas circulares
norte e leste, bem como as ligações Canasvieras-Daniela
e Ingleses-Rio Vermelho.
Todos os terminais estão interligados, mesmo que
indiretamente. Por exemplo, não existirá
uma linha que vai unir diretamente os terminais de Canasvieiras
e Lagoa da Conceição, mas o usuário
poderá fazer o trajeto passando pelo terminal da
Trindade. “A união entre terminais se dá
conforme a proximidade, mas é possível que
surjam novas linhas, sempre que houver uma demanda que
justifique sua implantação”, prevê
Luiz D’Acâmpora, gerente do Núcleo
de Transporte, órgão diretamente ligado
ao gabinete da prefeita Ângela Amin.
Rodolfo Philippi, engenheiro do Núcleo, argumenta
que a localização dos terminais é
resultado de dez anos de estudos, e estão tecnicamente
corretas, já que a lógica do sistema é
reunir os passageiros no ponto de cruzamento das estradas.
No norte da ilha, as estradas se cruzam no trevo do Ilha
Shopping, ou seja, Canasvieiras seria o local ideal para
a fixação do terminal. “A prefeitura
até tinha terrenos ideais para a construção
dos terminais, mas não serviam para o sistema integrado.
Então, foi necessária a desapropriação
de terras”, explica Philippi. No caso da construção
do terminal do Rio Tavares, a prefeitura teve problemas
com um morador que não queria deixar o local. Segundo
o IPUF (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis),
a questão foi contornada com o pagamento de indenização
a “preço de mercado”.
Em decorrência da renovação dos veículos,
da troca de ônibus comuns por articulados e do melhor
aproveitamento das linhas, o Núcleo de Transporte
adianta que haverá uma redução da
frota atual - que é de 413 ônibus, sem contar
os micro-ônibus conhecidos como “amarelinhos”.
Não informa, entretanto, qual será a porcentagem
da diminuição, mas estima-se que seja de
ao menos 10%. Haverá um aumento de veículos
pesados e articulados. Dos atuais oito, que servem à
linha expressa, estão previstos 40 ônibus
articulados, 23 já comprados.
Um projeto dessas proporções não
seria barato. Conforme dados da Secretaria de Transportes
e Obras, o custo total do sistema foi de R$ 78 milhões,
divididos entre prefeitura, Bndes e iniciativa privada.
Foram três as etapas do financiamento. Primeiro,
foram necessárias obras de adequação
da estrutura viária, como a construção
dos elevados do CIC e Rita Maria, o asfaltamento de corredores,
vias e sistema de monitoramento de semáforos. A
prefeitura precisou entrar com R$9 milhões de recursos
próprios para poder receber R$18 milhões
do Bndes, e assim poder realizar a primeira etapa. Depois
vieram os custos com a construção de terminais,
a cargo da iniciativa privada e por fim, a aquisição
da nova frota pelas empresas de ônibus – também
subsidiadas pelo Bndes. |
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ÚLTIMA EDIÇÃO:
13 de Dezembro
Sistema Integrado de Transporte
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