23 de Março de 2025 Número 3 - Ano I - Edição fechada em 13 de Dezembro de 2002 Florianópolis-SC
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A tarifa do Sistema Integrado de Transporte Coletivo de Florianópolis não será única e está sendo definida conforme a área de atuação das empresas. A região metropolitana de Florianópolis foi dividida em cinco áreas semelhantes aos patamares atuais. A diferença é que cada área vai ser operada por uma empresa específica.

Rodolfo Philipi, assessor do Núcleo de Transportes, informa que a divisão entre a região de cada patamar, com custo específico, é a seguinte: região norte (terminais Canasvieiras e Santo Antônio de Lisboa); leste (terminal da Lagoa da Conceição); sul (terminal do rio Tavares); central (terminais do saco dos Limões), Trindade e Centro, e região continental, com os terminais de Jardim Atlântico e Capoeiras.

Ele lembra que na região norte opera a empresa Canasvieiras, no centro, a Transol, no sul, a Riberonense, e no continente, a Emflotur e Estrela. Névio Carvalho, gerente do Núcleo de Transportes na gestão do ex-prefeito Sérgio Grando, aponta que a escolha da localização dos terminais também coincide com a fronteira de área de atuação das empresas, e, que cada uma controlaria um terminal. O gerente do Núcleo de Transportes da Capital, Luiz Osvaldo D’Acâmpora Filho, defende-se “Quem controla os terminais é a Cotisa e quem fiscaliza é o Núcleo”. “Os terminais estão em pontos estratégicos de confluência de tráfego”, completa Philipi.

Núcleo de Transportes de Florianópolis analisou as três propostas tarifárias – única, básica e mista – e descartou a tarifa única, na qual o usuário pagaria o mesmo valor para transitar em qualquer ponto da cidade. O núcleo optou por um sistema de tarifas misto, e a integração do sistema vai ser basicamente geográfica. Continuarão existindo patamares com preços diferenciados.

Para Assis tarifa única é impossívelEmbora Francisco de Assis Filho, secretário municipal de Transportes e Obras, argumente que a implantação da tarifa única oneraria cerca de 75% dos usuários, a primeira proposta de Sistema Integrado, elaborada na gestão do ex-prefeito Sérgio Grando, previa a tarifa única. A Prefeitura alega que existe a necessidade de aumentar o preço das regiões, com trajetos mais curtos para compensar a diminuição de preço dos trechos mais longos.

No entanto, na proposta anterior, as diferenças de custo entre uma linha e outra seriam distribuídas por uma Câmara de Compensação. Nela, as empresas que não obtinham a remuneração de acordo com o investimento, recebiam das empresas que arrecadavam mais. Névio Carvalho, explica que o aumento de preço da região central não chegaria a 5%, enquanto a diminuição de preço das regiões periféricas alcançaria 50%. “A população estava plenamente de acordo” lembra.

A definição da tarifa do usuário estipula como as empresas vão ser remuneradas pelo serviço prestado para a prefeitura. O cálculo tarifário, realizado pelo Núcleo de Transportes, consiste em dividir o custo do sistema como frota, terminais, pneus e combustível pelo número de usuários, mais o lucro das empresas, que é de 12%. A tarifa que provavelmente será implantada, remunera as empresas tanto pela quilometragem rodada quanto pela quantidade de passageiros que transportou, em uma proporção de 40 e 60%, respectivamente.

Como o custo da tarifa ainda não está definido, a expectativa da prefeitura prevê uma diminuição de até 15.7% por passageiro para as empresas. No entanto, o custo da passagem, segundo o Núcleo, não deve ser muito diferente do atual.

Com o novo sistema de tarifas regionais, quem trafega em uma área, paga a tarifa de acordo com o custo daquela região. Será feita uma integração para quem se desloca de uma região para outra. Por exemplo, hoje, quem sai de Canasvieiras para o centro, utiliza o patamar quatro. Este patamar vai ser dividido em uma tarifa da região norte, acrescida de outra, da região central, com um desconto previsto na integração, que ainda não está definido. A soma das duas tarifas vai ser o valor pago pelo usuário.

Trajetos e tarifas - Em relação ao trajeto, há formas específicas para pagar a tarifa, existindo áreas pagas e pré-pagas. As primeiras referem-se ao trajeto das linhas troncais, expressas e semi-expressas, onde a catraca fica nos terminais e não nos ônibus, muito semelhante aos sistemas de metrô. As linhas pagas são formadas pelas linhas “alimentadoras” dos bairros e “paradoras” de ponto em ponto, em que as catracas ficam nos ônibus.

Como as catracas serão eletrônicas, as passagens vão ser descontadas de um cartão magnético. Para quem utiliza o mesmo trajeto diariamente, será realizado um cadastro no SETUF, através do qual o usuário habitual paga um valor em dinheiro, que equivale a um número de viagens naquele trajeto. Vai ser descontado um valor do crédito em cada viagem. Será possível utilizar o mesmo cartão para outros trajetos que não o habitual, mas o valor descontado pode ser diferente. O usuário não-habitual ou turista pode adquirir o cartão nos ônibus de linhas pagas e fazer o trajeto até o terminal de destino. O valor descontado vai ser o mesmo do usuário habitual, mas será subtraído duas vezes.

O cartão dos estudantes beneficiados com a meia passagem será especifico para o trajeto escolar. Para outras viagens, a catraca não registra os créditos. Neste caso, o estudante deve comprar outro cartão, pagando a passagem integralmente. D’Acâmpora analisa que a medida vai acabar com o sistema de venda ilegal de passes. Rodolfo Philippi lembra que a meia passagem descontada dos estudantes é paga pelo restante dos usuários, considerando importante um maior controle sobre a venda de passes estudantis.

Leda Malysz

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