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Saddam Hussein e George
Walker Bush ainda se preparam para a guerra mas já
atacam um inimigo comum: a imprensa. O governo do Kuwait,
aliado dos Estados Unidos, fechou, no dia 03, a sucursal
local da rede de televisão Al-Jazeera, alegando
que o canal não é objetivo. O comunicado
foi feito por telefone pelo ministro da informação
ao chefe do escritório local, jornalista Saad
al Enezi, que sequer sabe se a medida é provisória
ou permanente. A programação autêntica
conquistou cerca de 40 milhões de telespectadores
e transformou a Al-Jazeera na rede de maior audiência
do Oriente Médio, atingindo, via satélite,
uma longa faixa de vai de Damasco a Hong-Kong. Thomas
Friedman, colunista do The New York Times,
em março de 2001, definiu que “não
é somente o maior fenômeno de mídia
no mundo árabe desde o advento da televisão,
é também o maior fenômeno político”.
Perseguição -
A Al-Jazeera está acostumada ao cerceamento.
É impedida de operar em Bahrain e Jordânia.
Em 1999, o emir do Kuwait Jaber al-Ahmed al-Sabah proibiu,
durante um mês, a estação de produzir
reportagens no país porque um iraquiano o insultou
pelo telefone em um programa ao vivo. Yasser Arafat
fechou temporariamente a sucursal da emissora em Ramallah
por conta de uma propaganda de um documentário
sobre a guerra civil libanesa. Em abril do ano passado,
um tribunal civil penalizou a emissora com uma multa
de US$ 1.650 por ter publicado comentários ofensivos
a cidadãos kuwaitianos. A condenação,
porém, foi derrubada em instância superior.
Desde que foi fundada em 1996, a Al-Jazeera motiva a
emissão de mais de 100 reclamações
oficiais por ano de países árabes aos
diplomatas do Qatar, país sede da emissora. Kuwaitianos
dizem que a cobertura jornalística é favorável
aos iraquianos. Sauditas insistem que os programas são
anti-islâmicos. Por conta de programas da Al-Jazeera,
Líbia e Tunísia chegaram a retirar seus
embaixadores temporariamente de Doha, capital do Qatar.
Até o governo do Líbano, mais acostumado
com a imprensa livre, também não gostou
quando a emissora entrevistou Roger Hatem, membro das
Forças Cristãs Libanesas.
Fora do mundo árabe, os americanos são
os maiores críticos. Oficiais do país
pediram ao emir do Qatar, Hamad bin Khalifa al-Thani,
que usasse seu poder para controlar a Al-Jazeera, numa
conferência de imprensa em Washington no ano passado.
No contexto dos atentados de 11 de setembro, o governo
Bush acusou a Al-Jazeera de imparcialidade e anti-americanismo;
disse que as repetições de entrevistas
com Osama Bin Laden estariam estimulando sentimentos
fundamentalistas e propagando códigos secretos
que levariam a novos ataques terroristas. Além
disso, condenou a emissão de uma notícia
supostamente não confirmada sobre a captura de
soldados americanos por guerreiros Talibã. Ahmad
Sheik, um dos editores de telejornalismo da Al-Jazeera,
se surpreende com a reação americana:
“Porque vem dos Estados Unidos, que se considera
o maior defensor da liberdade de expressão, isso
é muito estranho, e inaceitável”. |
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