A eleição em Brasília
teve a menor diferença de votos de todo o país.
A apertada vitória de Joaquim Roriz (PMDB), sobre
o candidato do PT, Geraldo Magela se deu por apenas
15.778 votos. Eleição vencida, agora o
governador reeleito, tem que se preocupar em conseguir
manter o seu quarto mandato, já que corre o risco
de ser obrigado a deixar o poder antes de 2006. A batalha
dessa vez não será nas urnas, mas nos
tribunais. Já circulam em Brasília boatos
de uma intervenção federal.
O Ministério Público pediu, há
um mês, a cassação do registro da
candidatura de Roriz por abuso de poder. Os procuradores
o acusam de praticar atos de governo para promoção
pessoal, com intenção eleitoral, como
o programa de doação de lotes e a distribuição
de lanches a invasores de áreas públicas.
Não há previsão para o julgamento.
‘‘Se o pedido for aceito pelo TRE, Roriz
perde o diploma de governador eleito e, conseqüentemente,
o mandato’’, explica o procurador eleitoral
Franklin da Costa.
Em outra investigação promovida pela Polícia
Federal, foram gravadas conversas telefônicas,
com autorização da Justiça, sugerindo
que o governador é sócio dos irmãos
Passos, considerados por uma CPI realizada em 1995,
os principais grileiros do Distrito Federal. Roriz também
está sendo investigado pelo Superior Tribunal
de Justiça (STJ), por causa das denúncias
de envolvimento com grilagem de terras públicas.
Ele é acusado de ter autorizado uma divisão
amigável de terras que deu prejuízo de
72 alqueires à Terracap, empresa que disciplina
a divisão de terrenos no DF. O acordo foi com
o condomínio RK, que pertence a família
Passos. Além do acordo com o RK, o governador
é investigado por suspeitas de desapropriações
superfaturadas autorizadas em 1994, no final de seu
governo. Devido ao acordo, ele responde a uma ação
de improbidade administrativa na Justiça Federal.
(WM)