O
candidato do PT, Geraldo Magela, disse que não
reconhece a vitória de Joaquim Roriz. O petista
vai pedir a impugnação da eleição
no Tribunal Regional Eleitoral. ‘‘Não
vou aceitar calado que o TRE tenha feito vista grossa
à compra de voto, ao transporte ilegal de eleitores,
e aos abusos cometidos pela Polícia Civil”.
Ele disse ainda que, se o TRE continuar achando que
esses números são legais, vai recorrer
ao TSE. ‘‘Mesmo que o resultado seja desfavorável,
estaremos com Lula para impedir a grilagem de terras
no DF e que esse senhor [Roriz] continue achando que
Brasília é o quintal da sua fazenda”.
Durante as eleições, a Secretaria de Segurança
Pública do Distrito Federal (SSP) não
usou a Policia Militar para fiscalizar e combater possíveis
irregularidades — como a boca-de-urna e a compra
de voto. Segundo a SSP, todos os 15 mil policiais militares
já estavam comprometidos com outras atividades.
É a primeira vez que um governo nega ao Ministério
Público o apoio da PM. ‘‘Sem a colaboração
da PM, fica difícil impedirmos a boca de urna
e outras violações à lei eleitoral”,
lamentou o procurador-geral de Justiça José
Eduardo Sabo.
Já os policiais civis trabalharam, em favor de
Roriz. Segundo denúncia do Correio Braziliense,
os policiais fizeram vista grossa para a boca-de-urna
e os bandeiraços da Frente Brasília
Solidária. Um agente foi preso por constranger
e ameaçar eleitores do PT. O mesmo jornal denunciou
que a casa de Maria de Fátima Débora,
48, desempregada, foi invadida por policiais civis no
domingo das eleições. ‘‘Três
homens com colete da Polícia Civil entraram aqui
e foram até a cozinha procurando propaganda irregular”,
garantiu Maria.
Joaquim Roriz (PMDB) se esquiva e diz que desconhece
as denúncias de compra de votos e também
lamentou o pedido de impugnação das eleições
no Distrito Federal, feito por Magela. “Não
é normal para um homem público fazer isso.
Ele deveria é respeitar a vitória do outro.
São denúncias graves que nunca faria contra
ele”, declarou o governador.