23 de Março de 2025 Número 1 - Ano I - Edição fechada em 29 de Julho de 2002 Florianópolis-SC
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Paramilitares matam mais que FARC / Foto: AUCA guerrilha não descansa na Colômbia. Mais de um mês após o povo ter ido às urnas para eleger um presidente de extrema direita, que prometeu acabar com a liberdade dos grupos organizados patrocinados pelo narcotráfico, principalmente o maior deles, as FARC, ainda é diária a execução de policiais, políticos, jornalistas e civis pelo país inteiro. De um mês para cá, um fato novo tem deixado a população mais inquieta: dezenas de prefeitos, vereadores e outros empregados municipais começaram a renunciar a seus cargos, sob a alegação de que estavam sendo ameaçados de seqüestro e morte por guerrilheiros das FARC.

O governo colombiano declarou que não vai aceitar as demissões, já que estão sendo decididas sob pressão. As FARC ameaçam executar os 1.097 prefeitos do país caso eles não renunciem. O motivo é que estão desgostosos com o atual presidente, Andrés Pastrana – que passa a faixa a Alvaro Uribe dia 7 de agosto – por ter cessado as negociações com a guerrilha em fevereiro deste ano. Querem retomar o diálogo com o governo, o que não parece mais estar na pauta do presidente, que de aberto a negociações, passou a não querer mais falar do assunto. Isso desde que descobriu que os 42 mil quilômetros quadrados de terra que destinou às FARC como parte do processo de paz estavam sendo usados para treinar combatentes, preparar novos ataques, esconder reféns, traficar armas, e, é claro, drogas.

Essa ameaça das FARC não se dirige somente aos mais de mil prefeitos colombianos, mas também aos governadores dos 32 estados e todas as autoridades civis que funcionem como inspetores de Polícia em localidades e aldeias. Mais de 120 prefeitos já renunciaram por causa das intimidações, e outros 6.400 funcionários do governo estão em estado de alerta. Cerca de 200 prefeitos estão operando fora de seu território com medo de serem mortos pelas FARC. Atemorizados, os líderes municipais pedem que o governo retome o diálogo com os grupos rebeldes e pense numa reorientação da política econômica e social do país.

Ao invés disso, o presidente anunciou, no final de junho, uma recompensa de dois milhões de dólares pela captura dos chefes das FARC. Às véspera de deixar o cargo de chefe de estado colombiano, Pastrana destinou US$ 100 milhões para a compra de armas, equipamentos, treinamento de escoltas, coletes anti-bala, rádio e seguros de vida para os prefeitos e funcionários municipais ameaçados. A ação foi realizada assim que a presidência foi informada das ameaças. Estão previstos escritórios temporários nas capitais ou, em casos mais graves, em quartéis militares e policiais, para aqueles prefeitos que insistirem em não obedecer às ordens da guerrilha.

Mariana Dauwe

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