Número 1 - Ano I - Edição fechada em 29 de Julho de 2002 Florianópolis-SC
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JORNALISMO - UFSC
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Quatro jornalistas mortos, seis agredidos, oito exilados e 19 ameaçados. Este é o saldo da violência contra os jornalistas na Colômbia, apenas nos seis primeiros meses deste ano. No conflito, entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), paramilitares, narcotraficantes e o Exército de Libertação Nacional, cada grupo se acha prejudicado pelos meios de comunicação e reage aos jornalistas como pode.

Os assassinatos de jornalistas é justificado por Carlos Castaño, chefe dos paramilitares: “Não posso aceitar que o jornalismo se converta em uma arma ao serviço de um dos atores do conflito”. Este é um dos motivos que faz dos paramilitares os suspeitos do assassinato de Efraín Alberto Varela, jornalista da Rádio Meridiana 70. Varela dirigia um carro com identificação da rádio, em direção à cidade de Arauca, a 450 km de Bogotá, quando foi interceptado por um grupo não identificado, que o fez descer do carro e o matou com tiros de fuzil na frente de seus cunhados que o acompanhavam.

O nome de Varela fazia parte de uma lista de 150 pessoas consideradas “objetivos militares” pelos paramilitares e vinha recebendo ameaças há algum tempo. O controle da região de Arauca, por ser rica em petróleo, é disputado com violência entre este grupo e guerrilheiros de esquerda.

Mas a violência não se restringe à região de Arauca. A Colômbia é considerada um dos países mais perigosos do mundo para quem exerce o jornalismo. Desde 1980, foram mais de cem jornalistas mortos. O índice de impunidade para os crimes é de 95. Temerosos, alguns veículos de comunicação começam a praticar a auto-censura. Rádios da Colômbia substituem programas jornalísticos por programação exclusivamente musical. Enquanto as empresas jornalísticas tentam enfrentar as ameaças dos diversos grupos, caso continuem rodando, os jornaleiros não têm tanta coragem. Muitos já não vendem jornais em suas bancas.

Adriana Küchler

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